Pra iniciar meu post de hoje, eu gostaria de deixar uma frase como premissa inicial: Nada na vida é eterno. E você, meu caro leitor, vai perceber que as mudanças na nossa vida são mais salutares do que se pode imaginar. Apesar de muitos relutarem.
Quando eu cursava o terceiro ano do Ensino Médio, minha turma era a melhor de toda a escola (pelo menos, de acordo com nós mesmos). Todos nós éramos muito unidos, fosse nos momentos bons ou ruins. Na sala de aula, no pátio, nos corredores, na rua, nas festas, nas viagens...acho que nunca existiu um grupo de alunos tão respeitado por todos, igual nós fomos. Os professores nos conheciam pelo nome, um a um. Os alunos de outras séries já sabiam que, mexeu com um de nós, mexeu com todos. Quantas brigas não arrumamos por conta disso? Pra muitos de nós, era até um prazer ir pra escola. Tínhamos orgulho de dizer que marcaríamos época naquele colégio. Mas acabou. Um dia, teve que acabar.
No dia da nossa colação de grau, foram lágrimas e abraços. Muitos prometiam: "não vamos nos separar nunca mais", "vamos nos ver sempre". Mas no fundo todos sabiam: aquela turma maravilhosa já fazia parte do passado. Era tempo de pensar no vestibular, no rumo que cada um ia tomar na vida.
Esse foi só um exemplo de como as mudanças podem ser dolorosas, porém necessárias.
Quando Paul McCartney anunciou o fim dos Beatles, muitos davam o rock como morto. Mas o que veio a acontecer? Os Beatles acabaram sendo um divisor de águas na história. Muitas bandas no mesmo estilo surgiram nos anos subsequentes. E marcaram época também, por que não? E quanto aos próprios Beatles? Todos obtiveram sucesso em carreira solo. Será que isso aconteceria caso eles tivessem continuado? Não se sabe. Mas a mudança foi importante.
Quantos times de futebol considerados verdadeiros esquadrões não tiveram que passar por uma reformulação? Um jogador de futebol só joga em alto nível até uma certa idade, que não costuma passar dos 35 anos. Depois disso, fica igual idade canina. Cada ano equivale a dez. Porque não dar chance aos mais jovens, que também sonham com uma carreira de sucesso?
Na nossa própria família também podem ter mudanças. Você pode perder um pai ou um avô, mas pode ganhar
um filho ou um sobrinho. É o ciclo da vida que se renova a cada dia. É inevitável.
Mas voltando ao exemplo da minha turma que marcou época no colégio...querem saber o que aconteceu depois de alguns anos da nossa separação? Alguns mudaram de cidade, outros se formaram, alguns se casaram, tiveram filhos. E aquele papo de "nós nunca mais vamos nos separar"? Pois é, a maioria já teria perdido contato não fossem as redes virtuais de relacionamentos. Eu mesmo, tenho contato com pouquíssimos amigos daquela época, coisa de menos de 1 terço do total.
Mas eu entrei na faculdade, fiz outros amigos. Alguns desses novos amigos já viraram até mais amigos do que alguns daquela época de colégio. Conheci várias outras pessoas, em variados lugares. Na própria internet, em comunidades de assuntos do meu interesse, fiz vários amigos "virtuais" que acabaram por se tornar reais.
Na vida, a renovação é necessária. E se existe alguma coisa que a vida nos deixou pra compensar a parte dolorosa dessas mudanças, essa coisa se resume em uma única palavra.
Saudade.
sábado, 10 de abril de 2010
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Orkut, a favela virtual
Sempre que alguém falar em site de relacionamentos aqui no Brasil, qual vai vir logo á mente da maioria das pessoas? O Orkut, claro.
Criado em 2004 por um funcionário turco do Google, não demorou pra cair nas graças do povo tupiniquim. Até pela facilidade como você vira "amigo" de uma pessoa, troca recados, comenta em comunidades...
Mas o que quero falar aqui não é do Orkut em si. Mas sim de como ele mudou o perfil dos usuários da internet com o passar do tempo. Mas mudou pra pior. E bota pior nisso.
Antigamente quem entrava na internet (internet discada, pra ser mais exato) entrava pra ler coisas interessantes, fazer amigos (quem nunca entrou no Bate-Papo da UOL?), enfim...
A conexão era mais lenta, mas era selecionada. Ninguém tinha tempo pra ficar criando comunidade "eu odeio isso, odeio aquilo, odeio fulano, odeio ciclano". E vai ver os debates numa comunidade de Orkut hoje. É uma trollagem insana, moderador querendo mostrar que tem poder virtual (mas pretendo falar sobre isso aqui em outra oportunidade), nego querendo impor sua opinião como se ele fosse o centro do universo, torcida de time de futebol marcando briga...
E a linguagem então? Nosso vernáculo pátrio é tão maltratado que nem o serviço de inteligência do FBI conseguiria decifrar essa mistura de coreano recém chegado com gago tatibitate que alguns usuários do Orkut nos fazem "desfrutar" em suas postagens. Essa cambada se preocupa mais em fazer biquinhos e caretas nas fotos do que escrever num português minimamente não-vomitável.
Antes que me chamem de Professor Pasquale, vou logo avisando: eu também escrevia errado, cometia minhas gafes, exatamente como essas pessoas de quem falo hoje. Mas eu sempre tive o hábito de ler, o que fez com que eu fosse aprimorando meu português e enriquecendo meu vocabulário. Eu perdoo tudo, menos a burrice voluntária. Quem tem acesso á internet, presume-se que também tenha acesso a livros e cadernos. ou seja, escreve errado porque não faz o mínimo esforço pra obedecer ás normas cultas da nossa vasta língua portuguesa.
O Orkut hoje é a própria favela da internet. Podem perceber, a gringaiada (leia-se primeiro mundo) tem horror a Orkut. Eles usam o Facebook, MySpace, Twitter, mas passam longe do site de relacionamentos "oficial" da brasileirada. Fazem muito bem, diga-se de passagem.
Falei, falei, falei, mas confesso: estou no Orkut e apesar dos pesares, comento em várias comunidades sobre futebol. Até porque algumas são bastante interessantes e mantém um nível bom. É raro, mas existe vida inteligente no Orkut. É uma pena que isso seja exceção.
Mas há quem leve o Orkut a sério. E isso é MUITO engraçado...mas fica pra outra postagem.
Criado em 2004 por um funcionário turco do Google, não demorou pra cair nas graças do povo tupiniquim. Até pela facilidade como você vira "amigo" de uma pessoa, troca recados, comenta em comunidades...
Mas o que quero falar aqui não é do Orkut em si. Mas sim de como ele mudou o perfil dos usuários da internet com o passar do tempo. Mas mudou pra pior. E bota pior nisso.
Antigamente quem entrava na internet (internet discada, pra ser mais exato) entrava pra ler coisas interessantes, fazer amigos (quem nunca entrou no Bate-Papo da UOL?), enfim...
A conexão era mais lenta, mas era selecionada. Ninguém tinha tempo pra ficar criando comunidade "eu odeio isso, odeio aquilo, odeio fulano, odeio ciclano". E vai ver os debates numa comunidade de Orkut hoje. É uma trollagem insana, moderador querendo mostrar que tem poder virtual (mas pretendo falar sobre isso aqui em outra oportunidade), nego querendo impor sua opinião como se ele fosse o centro do universo, torcida de time de futebol marcando briga...
E a linguagem então? Nosso vernáculo pátrio é tão maltratado que nem o serviço de inteligência do FBI conseguiria decifrar essa mistura de coreano recém chegado com gago tatibitate que alguns usuários do Orkut nos fazem "desfrutar" em suas postagens. Essa cambada se preocupa mais em fazer biquinhos e caretas nas fotos do que escrever num português minimamente não-vomitável.
Antes que me chamem de Professor Pasquale, vou logo avisando: eu também escrevia errado, cometia minhas gafes, exatamente como essas pessoas de quem falo hoje. Mas eu sempre tive o hábito de ler, o que fez com que eu fosse aprimorando meu português e enriquecendo meu vocabulário. Eu perdoo tudo, menos a burrice voluntária. Quem tem acesso á internet, presume-se que também tenha acesso a livros e cadernos. ou seja, escreve errado porque não faz o mínimo esforço pra obedecer ás normas cultas da nossa vasta língua portuguesa.
O Orkut hoje é a própria favela da internet. Podem perceber, a gringaiada (leia-se primeiro mundo) tem horror a Orkut. Eles usam o Facebook, MySpace, Twitter, mas passam longe do site de relacionamentos "oficial" da brasileirada. Fazem muito bem, diga-se de passagem.
Falei, falei, falei, mas confesso: estou no Orkut e apesar dos pesares, comento em várias comunidades sobre futebol. Até porque algumas são bastante interessantes e mantém um nível bom. É raro, mas existe vida inteligente no Orkut. É uma pena que isso seja exceção.
Mas há quem leve o Orkut a sério. E isso é MUITO engraçado...mas fica pra outra postagem.
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